NA ESCURIDÃO

Navego...
Nada enxergo,
Nesse mar,
O meu navio,
É uma figura,
Estranha,
Que arranha,
A paisagem escura,
Deste mar,
E eu vazio,
Dentro dele.
Afã de recompor,
Mudar a cor,
Restaurar,
Alegrar,
As retinas,
Mas, essa noite,
Não termina,
A brisa,
Matutina,
Não me acaricia,
Não se avizinha.
Nada enxergo,
Além da bruma,
A não ser uma,
Sombra indecisa,
Será a minha?


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Olhe em frente
No espelho
E siga um bom consellho,
Feche os olhos
  A pensar
No bom que é amar
E acenda a sua luz
Que pelas ondas a conduz
Transformando a escuridão
Numa colorida imensidão
E então será feliz
Como você sempre quis.

(Estrela Radiante)


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TREVA

 Na escuridão do vazio
perco o fio
que me conduzia a rota.
E o cheiro da derrota
assoma, me toma,
não consigo recompor
o que antes existia:
a perdida alegria,
e do teu beijo o sabor.
Nada enxergo nesta treva,
que me carrega, me leva,
é uma bruma espessa e funda,
que tudo invade, inunda
a minh'alma, rouba a calma
num constante sussurrar.
Sou como a sombra indecisa,
que já nem sabe onde pisa...
desesperado a rodar.


(HLuna)