Tormentos

Noite, fria.

Confusão mental, pela erupção de sentimentos,

Tento fazer-me lúcido, não consigo.

O que busco é estancar o sangramento em meu peito, é instinto.

Assemelha-se a um vulcão, derrama-se por todos os lados,

Não importando, claro que não, a terceiros,

É coisa íntima, só eu sei, só eu vivo, só eu sinto.

Dá vontade de viver dormindo, em sono profundo, irreal,

Neste negrito, neste tormento por fim.

Afasto-me de todos, isolado, desolado, desconsolado...

Não, eu me recuso! Existe vida além de mim

Mesmo que seja dolorido.

Falar é sempre mais fácil que agir, agir dá trabalho!

Entra aqui, refaça a bagunça, me conserte, me endireite

Lhe ordeno, lhe peço ajuda; socorro!

Faça daqui sua moradia, seu canto, seu deleite.

O grito é em vão.

Volto à normalidade, finda o surto

Confuso, carente, sozinho, em meu leito,

Conforto não tenho, ajeito o travesseiro

Pensamentos mil, vão... durmo.

Acorda!

Diz o relógio, e no mesmo instante penso;

Pela frente mais uma noite, fria.

WGC
Enviado por WGC em 24/08/2012
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