Artesão

Talhou o amor

Na pedra de seu coração

Deu forma aos seus sentimentos

Que aos poucos ganharam vida

Em sua rústica criação

Talhando seus desejos

No avesso da paixão

Para que não sofreste rachaduras

O amor em suas mãos

Lapidou a solidão

Em seu barroco coração

Retirou as farpas cravadas

Da saudade para que voltasse

A olhar o amor como obra de arte

Foi em vão;

Pois o amor foi talhado

Em seu peito com imperfeição

E a escultura desse simples artesão

Repousa esquecida em algum

Museu sem chamar a atenção.

O Palhaço e o Poeta
Enviado por O Palhaço e o Poeta em 18/08/2012
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