Artesão
Talhou o amor
Na pedra de seu coração
Deu forma aos seus sentimentos
Que aos poucos ganharam vida
Em sua rústica criação
Talhando seus desejos
No avesso da paixão
Para que não sofreste rachaduras
O amor em suas mãos
Lapidou a solidão
Em seu barroco coração
Retirou as farpas cravadas
Da saudade para que voltasse
A olhar o amor como obra de arte
Foi em vão;
Pois o amor foi talhado
Em seu peito com imperfeição
E a escultura desse simples artesão
Repousa esquecida em algum
Museu sem chamar a atenção.