Se eu morrer...(Parte II)
Se eu morrer na minha mocidade,
Nas horas mortas golfar um suspiro,
Do além túmulo para a eternidade
Seria para a alma o imortal vampiro
Se eu morrer a morte linda seria,
Turvando minhas pálpebras gementes
Aos olhos sequer a lágrima correria
As noites dos meus cismares ardentes
Se eu morrer pelas tuas promessas,
Escreva junto da minha lápida fria,
-O poeta da morte enfim regressas
Para beijar-te a alma em melancolia!
Se eu morrer entre tuas flores,
Desbote a rosa com teu acalanto
Para Satã todos esses penhores
Serão as lágrimas do seu pranto!
Se eu morrer com uma lembrança
Da tua fronte póstuma e macilenta
Lembra-te que esse sol da bonança
Apodreceu-me a cútis pardacenta!
Se eu morrer a minha comédia,
Será aos herdeiros descritos assim:
- Fartou-se o escritor da tragédia,
E na terra amada teve o seu fim!