Meu Deserto!
Meu deserto
Que em mim se esconde
Num calor abrasador do meu ser
Que ilumina meu mal
Meu deserto
Que congela minhas noites,
Noites que se prolongam sem cessar
Num infinito sentir
Meu deserto
Olho para os lados vejo imensidão
Uma imensidão que entra em mim
Fazendo-me vagar pelo meu ser
Meu deserto
Não te vejo nele
Não te encontro em meus sonhos
Não lembro teu sorriso
Meu deserto
Ah, meu deserto, que criei sem saber
Criei pela falta do sol acalentador
Em um coração gelado
Meu deserto
Que aquece minha tristeza de dia
Que congela minhas alegrias à noite
Que me lembra teus negros olhos
Meu deserto
Vi teus olhos negros,
Negros que iluminavam o meu dia
Que acalentava minhas noites
Que me tiravam dos açoites
Meu deserto
Que caminhei sem parar
Que soltei tuas mãos sem pensar
Que te perdi quando queria te amar
Meu deserto
Ah, meu deserto!
Que tanto entrei e me afastei
Dos amores que tanto almejei
Meu deserto
Que me mostra quem eu sou
Que me diz quem eu não sou
Que sem ti agora estou...