Minha Heroína

Quando doer-me as pálpebras

Ao sono mortal me pesa,

Corre pela mente estas álgebras,

Que a fronte lívida embeleza

Como a brancura da tua pureza

Entre essas águas flutuantes,

Decerto na solidão toda a certeza

Tenho nas lágrimas espumantes

Teu amor regela-me em esperança

Nas têmporas tão ressequidas

Evaporando na cisma a semelhança

Destas chagas assim doloridas!

Tantas lágrimas foram derrubadas,

Em sua ferocidade tão feminina

Mutilando a pele entre as picadas

Sacrificada por ti minha heroína!

Passeia teus dedos pelas bordas,

Do meu âmago existencial,

Atando-me o amor nestas cordas

Do último apelo sentimental

Já me pesa a fronte enlanguescida,

Que crepita na febre maculosa

Unindo minha existência esmorecida

A uma colher fria e borbulhosa

O vento que me acolhe no rosto,

Balouça-se no meu peito a sudorese

Posso sentir do aroma o gosto

Da alma que pela súplica empalidece

Noites insones pelas madrugadas

Que debilito em sagrada sina,

São as luzes negras e enamoradas

Pelo meu vício pela heroína

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 14/08/2012
Código do texto: T3829242
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.