SOLITÁRIO REGATO


Ténues barulhos, são quase secretos,
que geram sobre as negras brumas,
mas ouviam, meus ouvidos, inquietos,
navios, deslizando sobre espumas?

Sons noturnos, das suspirosas águas,
lamentosas, como rimas  de uma poesia...
Nesses lamentos, nos sussuros das águas,
deslizando sobre a mata, sobre pedras frias...

Corrente que anda, sobre o clarão da lua,
nem nota um pássaro que na noite vôa,
nesse silêncio, muito longe de uma rua,
não percebe o voar, que na noite ecôa...

Tristes sons, que na madrugada somem,
que desaparecem no ar, na eternidade...
São simples barulhos,que nascem e morrem,
sem deixar para a natureza, uma saudade...

Belos sons, gerados lá no deserto mato,
barulhos que só para o luar existiu...
Chorosos barulhos, do solitário regato,
para sempre, no universo sumiu...


GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 13/08/2012
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