Calar os versos


Quero calar este poema

que me consome e alucina,

dança em minha cabeça

Ó cruel, lúgubre cântico...

Repetidos versos fúteis,

palavras voláteis ao vento.

esdrúxulas poesias inúteis.

Sorvo amargores angustiantes,

da aridez de mil desertos,

fome e sede,  alucinantes...

Trágica vida do  rio ao mar,

deslizando pela montanha

os seixos rolam sem parar.

Esperanças correm ligeiras

como águas das enchentes,

em amareladas cachoeiras

morrem no fundo anilado,

sem lágrimas ou funerais...

Águas, dilemas, o mar, sumir

Tempestades sem parar?

Ah!...versos me consomem

Preciso descansar, dormir,

esta louca dança cessar,

o poema... preciso calar!!!

 


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