DESENGANO

Hora perco-me na linha do tempo e do sentimento

Confio no íntimo das pessoas e esqueço essa tal razão

Que tudo resulta-se na penúria, no lamento

E hóspede da ilusão torna-se meu coração.

Estranho sentimento de solidão, quando tudo está em volta

Quão abandonei-me, me esqueci

Porque esse inimigo íntimo me rodeia, me escolta

Quero que apague-se de meu ser o que vivi.

De onde vem tal força para continuar, talvez então ainda me restem esperanças

Mesmo sendo noite nos meus olhos ainda consigo ver a luz do dia

Do céu escuro vejo lindas estrelas brilhando vendo-me a recordar de lindas lembranças

Arrematando por pequenos instantes tal tristeza e agonia.

Certamente a dependência lhe torna preso e refém

Mas por conseguinte nos leciona e nos arremete experiência

Me procuro, não me acho, onde situo-me, no ninguém?

Não quero mais anular-me e isolar minhas convicções, mas sim seguir sempre minha consciência

Maria Aparecida A. Melo 15/02/2007