SILENCIAR
Silenciar para minha alma aquietar
Ainda que inquietes meu coração;
que atinjas a lua e caia no mar,
Embora perca-se despida na solidão.
E que no silêncio possa esquecer
A linda face que um dia amei;
Que voe por entre as nuvens do amanhecer,
Mas que volte verdadeiro o que deixei.
Silenciar n'alma a voz do amor
Ainda que tenha voz o desejo;
Nasce em lânguida face sombria flor
Que faminta se desbota sem gracejo.
Silenciar para minha alma aquietar,
Embora inquietes meu coração,
Embora a verdade eu não possa calar
No silêncio mordaz da solidão.