CONFISSÃO
Não quero mais
falar que amei,
que aguentei tudo e
jamais entendi...
Retruco o próprio
pensamento humano
me desapegando da carne.
Não me dá ânimo o
carnaval de minha alma.
Confesso não te quero
longe...
Também perto em silêncio
de parede não te espero.
No além não há moldura
para guardar tua imagem.
Gritei e calastes,
abri os braços e o vazio
do escuro ampliou a
dimensão das estrelas.
Sou réu das palavras
poéticas ditas no gozo
da solidão.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano