A Cura
Na boca que nega
Está o beijo que deseja
E dos braços que foge
Está o abraço que te falta
No corpo que despreza
Está o prazer que procura
E nos olhos que desvia
Está a ternura que necessita
Nas mãos que rejeita
Está o afago que te conforta
E o suor que te molha
Está na pele que a tua implora
Na estrada que evita
Está o caminho que te trás de volta
E no coração que não sente
Está a batida que te cadencia
No grito que não ouve
Está a solidão que deixaste
E nesse imenso abismo; estou.
E agora
Na dor do meu peito
Eu só queria que fostes;
A cura.