Verve da Solitude
Mergulhado na solidão
Dos quatro ventos rumando ao norte,
Alio-me ao raiado prata, deslumbrando
Das nuvens mensagens para beijo, que se dá
E acontece na graça do luar!
Pelo verso incontido no âmago,
Aceito o caminhar da noite como uma dádiva,
Sorvendo cada compasso que ouço
Das entrelinhas, do suspiro desconcertante
Na face tomada por lágrimas, ternura!
Induzido pela falta de som das palavras,
Procuro minhas armas, meus instrumentos,
Escribas trazendo-me do corpo a cantoria!
A serenada desnuda vem da alma
Murmurando feito rosa entre os seios mulher!
Silêncio... Ah! Silêncio...
Um espaço vazio ou estros que se dão
Entre as janelas entreabertas do breu?
Alicerçado pela poesia se desprendendo
Das flores colorindo o jardim, colho
A imagem grafitada nas estrelas,
Nos olhos das brumas semeando
Mais um amanhecer... Sonho de luz!
Confesso-me e inconfesso-me
Ao amor ancião dos tempos
E dos etéreos movimentos do coração!
29/07/2012
Porto Alegre - RS