Evidências Doloridas

As mãos que colhem o trigo são as mesmas

Que alimentam a fogueira dos templários,

Semeando também por ermos o segmento

Da flor perfumando o mar, desaguando da pele,

Pelo olhar difuso nos hábitos pelo chão!

Incôndito pelo coração,

Solto-me em versos brancos arrebatando

Da paixão esta saudade cheia de solidão,

Contando com este silêncio insano

Abrindo-se em volumes máximos... Divagações!

Desta comédia chamada vida,

Quero o amor pulsando nas veias, nos veios

Sangrando-se pelo toque de pele, veludo de pétala,

Beijo de alma, breu de penumbra, vagar,

Pelo corpo apocalíptico, néctar pelos seios!

Uma carta, um baralho de tarô

E os traços traçando-se pelo destino, por hora,

Incerto aos acordes infinitos da harpa

Incidindo como luzes, blues para êxtase,

Tatuagens para o rumo das poesias!

Por vezes, o que me cala é a dor,

Mas por outro lado, não há vida sem ela!

22/07/2012

Porto Alegre - RS