Como antes?

Algo amargo vem macerar na doçura,

lei do mais forte qual bangue-bangue;

deleite era só um sonhador a procura,

pobre a buscar caranguejo no mangue;

ora não vai, leão ferido verter ternura,

tire sua mão, cuidado! Isso é sangue!

passou o tempo de posar de abstêmio,

com alma a tonta fingir que não bebeu;

um grande ator, poderia obter o prêmio,

os melhores do ano, que tal? Você e eu.

ou, quiçá, chamar a torcida do Grêmio,

pra segredar o que o coração resolveu;

busque lá nos meus antigos alfarrábios,

e verás, sou como era, está manifesto;

todos os escritos, sejam tolos ou sábios,

sempre vertem de um coração honesto;

como o Chaves com um sim nos lábios,

seria irônico trazer um não, nos gestos;

não sou do tipo que muito força barras,

ao menos, as barras frágeis, do coração;

timidez prende com suas fortes amarras,

porém, sempre existe chance, libertação,

uns dariam tudo, quando desdita esbarra,

porque em tempo, não deram nem atenção...