Seara de minha vida
Viajei pelas sendas do horizonte
para encontrar a seara de minha vida.
Senti que a viagem era longa
e a terra, distante
e que alguma coisa, no caminho,
era perdida.
Naveguei pelos sete mares
em busca de minha seara.
Gaivotas, sempre aos pares,
cortavam os ventos
que levavam, pelos ares,
os meus pensamentos.
E a viagem se fez longa
e a terra, distante.
E o meu devaneio, errante.
Penetrei nas fendas dos teus olhos
em busca de minha seara.
Lá, onde o amor foi a mais preciosa jazida,
mas onde fui irrecuperavelmente devasso.
Novamente senti que alguma coisa
de mim estava esmorecida.
Eu, abastado de sonhos,
jamais atraquei minhas esperanças
em nenhum porto.
Olhava para o horizonte
em busca de minha seara
e nem lembrei que o tempo,
como o vento, não pára.
Esqueci de viver
os melhores anos de minha história.
A viagem foi longa,
e a terra, inatingível.
A mocidade estava perdida.
Não percebi que o amor
era a seara de minha vida.