CAMINHEIRO SOLITÁRIO.
Sou caminheiro solitário,
Que me abraço à solidão,
Sinto cansaço e fatigas,
Andando na estrada dessa vida,
Sem rumo sem direção.
Meu destino só Deus sabe,
Se é cidades ou sertão,
Tanta tristeza inserida,
De uma solidão doída,
Que tenho no coração.
Homem de simples servis,
Da região doa Barés,
Sinto aqui no gargalo,
A dor ferina dos calos,
Que tomam conta dos pés.
Caminho sem ter parada,
Com alegria ou tristeza,
Mas me encho de emoção,
Quando em meio essa aflição,
Posso ver a natureza.
Na lida de caminheiro,
Me comparo as andorinhas,
Então me ponho a pensar,
Por que veio me alcançar,
Uma sorte tão mesquinha!
Sofro no sol escaldante,
Nas estradas de poeira,
Sinto o suor a pingar,
E os meus olhos marejar,
Com as dores da canseira.
Os músculos enfraquecidos,
Por que já me pesa a idade,
Neste intrigante viver,
Sento as pernas a tremer,
Mas persisto isso é verdade.
Às vezes até fraquejo,
Mas não posso desistir,
Se nasci pra peregrino,
Deve ser esse o destino,
Que persisto em prosseguir.
Já estou ficando velho,
Não tenho família nem lar,
Nessas estradas compridas,
Tenho desgastado a vida,
Pelo mundo a caminhar.
Fico às vezes pensando,
Mas sou feliz mesmo assim,
Até mais que o cidadão,
Que mora em rica mansão,
E nem dá valor a mim.
Não carrego em meu peito,
Mágoas e ódio e nem rancor,
Só me arreda a saudade,
Que meu coração invade,
Pela perca de um amor.
Desse amor que é a causa,
Dessa lida mal fadada,
Que se perde na amplidão,
Pela dor de uma traição,
Vinda da pessoa amada.
Assim sigo minha vida,
Até não agüentar mais,
Quando entregar meu destino,
Nas mãos do eterno divino,
E então descansar em paz.
Cosme B Araujo.
14/07/2012.