Seresta da Minha Solidão

Hoje farei a seresta da minha solidão

Seresta que festeja as minhas dores

A minha vida em branco e preto

Hoje cantarei ao som de uivos minha seresta

Gritarei essa tristeza que corrói minha vida

Seresteiro morto-vivo entre espinhos

E deixarei os acordes dos tempos ditarem o ritmo

A percussão serão as lágrimas que guardo no peito

Então farei um choro de serestas, o canto da minha tristeza

Farei a seresta de mim, e adormecerei com a face pesada

Entrecortada por vontades que deixei para trás

Somente um tilintar de um sino dos ventos é meu companheiro

Envolto em vultos que me acompanham farei a companhia

E em coros fúnebres entoarão junto a mim essa dor

Triste seresta de um trovador-poeta, solitário no universo

Amanhecerei a aurora dos infinitos e me aninharei

Agora as serestas serão ouvidas somente pelo coração

Que no frio da alma busca vencer os desafios

E nas cinzas dos meus ossos o vento cantará nas montanhas as serestas de mim...