PRESO NA NEBLINA

a neblina quase não me deixava ver nada

parei o carro e me posicionei no acostamento

lá fora o frio era grande, quase um tormento

dentro do carro o clima era acolhedor

já era quase noite e o tempo não mudava

sentia um certo receio por estar sozinho

motoristas voltavam, seguiam outro caminho

eu teria que esperar, minha rota era única

pensei em Laura, como estaria agora?

gostava de sentir meu abraço na chegada

se eu demorasse ficava logo desesperada

meu pensamento com certeza estava nela

preso na neblina, refém do tempo lá fora

uma espera que duraria bastante tempo

alguns faróis lentos, dúvidas, contratempo

pessoas sem saber o que fazer na estrada

as horas se passavam, a neblina permanecia

tinha vontade de seguir, estava impaciente

no entanto tinha medo de um acidente

queria estar bem vivo chegando em casa

enfim o cansaço chegou e me venceu

estava exausto no carro, acabei adormecendo

nem me dei conta do dia amanhecendo

nem do guarda batendo no vidro do carro

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 10/07/2012
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