DE REPENTE, no meio do meu caminho diário..

entre vários caminhos de luta e de labuta,

lá estão eles..os indomáveis cães solitários..

caminhantes da vida e do abandono

caminham comigo na esperança de amigo e de um abono

mas naquelas manhãs de todos os dias..eles não sabem..

que a minha solidão é maior do que a deles..!

e todos os dias somos lobos e cães solitários..

entre vários caminhos de luta e labuta...



no meio do caminho na Rua do Beco-sem-sáida...

lá estão eles, atravessando meus vários caminhos...

e de repente...eles formam uma inteira matilha

pachorrentos, barulhentos, em busca de alimentos...

reviram o lixo, as sacolas e as vasilhas...

e fazem todas  as manhãs um ritual quase mortal..!

em busca dos restos de nós e de nossos atos..

corroendo nossos ossos e vermes putrefatos...



lá estão eles...guardiões de noites solitárias..

os cães solitários que fingem uma Guarda

para que não morram de inanição...

e tentam sensibilizar o meu coração

nas marquizes imundas de minha solidão...



no meio do meu caminho solitário

na solidão de meus caminhos vários

lá estão eles..fingindo uma Guarda forçada

alimentando da solidão e das sobras da vida

companheiros de uma jornada perdida

sobreviventes de uma solidão compadecida

caminhantes de manhãs ensolarada e feridas...

percorrem comigo um caminho sem volta...

o caminho da revolta e do abandono,

e mortos de sono..eles ainda sonham

e tentam sobreviver ao silêncio humano..

 e caminham comigo..sem entender a minha solidão

mas tentam sensibilizar o meu pobre coração..

que caminha comigo em busca de amigo...

em busca de um abrigo..

em busca de mim mesmo...


de repente, eles estão ali...os cães solitários!.

meus amigos diários....!




( este poema eu dedico a todos aqueles que estão solidarizando
com o abandono do animais...)

Marco de Nilo
Enviado por Marco de Nilo em 09/07/2012
Reeditado em 23/07/2012
Código do texto: T3768221
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