TARDE...

Numa tarde cinzenta, como abrir a porta? E vê-la morta,

Num quadro de plena solidão.

Tardes assim, são qual alguém te dando as costas, quem se gosta,

Nos lábios gritando um simples não.

Porém, com tamanha intensidade que vai além do ouvir,

Tal a força do senti-lo esmagar o coração.

Toca-me a alma, rodopia lhe como o vento as folhas secas,

A lança-las inertes aos meus pés.

O mesmo vento que nos galhos faz viés,

Deixando expor efêmeros raios de um tímido sol,

Entre o bailar das copas a zombar de mim,

Negando-me o calor, tal qual alguém antes me fez,

E neste instante, mais uma vez, lembrei-me de ti.

E, mesmo assim, a tarde continuou cinza,

O vento não parou o bailado,

O teu calor não estava do meu lado,

Fria tarde... Tarde, tarde, é tarde sim.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 08/07/2012
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