"Solidão"

Maurício Devigo
 
Tânia Ailene
 
 
 
Entro na casa pela porta da frente,
mas vejo que ela está toda vazia.
Que maldita dor essa a devorar-me,
 consome meu ser, você não esta
sofro a saudade do amor partido, nada cura a ausência.
Caminho pela casa, olho todos os seus cantos,
nada vejo, e então sento-me  no vazios da casa
e olho fixadamente para cima
na parede nua e branca que está na minha frente
e perco-me para dentro de mim.
No sentimento sem respostas, percorro incertezas,
clamo sentidos choro calado
cansada,detenho no ponto da desilusão por querer sonhos.
Solidão!
Nome infeliz, do meu corpose apossou-se...
levanto-me do chão,
olho para trás e vejo que a porta não está mais lá
caminho pela casa
sem janelas
e observo a minha sombra
a imitar os meus passos
encosto as costas na parede.
Tudo distante,
 apagados os movimentos
só lembranças cabeça no infinito
escuro são os caminhos a trilhar
onde juro não mais amar
claridade dissipada preto meu pensar.
Então sinto-me fundindo à parede
e sou todos os cantos da casa
e sinto-me inteiramente vazio
e observo todo o meu eu interior
todos espalhado pelas paredes e pelo teto.
Onde está o angulo da saída,
revolta obcecada, resposta de mártir
ferindo um coração sangrando
lágrimas brotando na parede da sala
onde vejo reflexo da maldade instalada em mim...
Coração de concreto
batendo em toda a casa
batidas de cimento misturadas com desafeto.
Pernas fincadas,
corpo embalsamado,
 cabeça vazia...
Solidão!
Construo a dor dos que nada sabem
tudo querem.
Agarro-me nessa dor fortemente.
Nada tem,
só a dor vazia desta sala maldita
eu já nem sei se grito o pavor...
choro o amor pedido
chamo a morte.
Destruo essa dor, demolindo os tijolos da casa.
Estou onde escolhi viver
na falta de tudo que um dia sonhei,
 morri ...

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Tânia Ailene Nua Poesia e Maurício Devigo
Enviado por Tânia Ailene Nua Poesia em 09/02/2007
Reeditado em 17/08/2011
Código do texto: T375227
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