Silêncios do Sentir

Do lado escuro da lua

Vem esta maresia, inspirando-me...

Há mais um gole, há mais um golpe na serpente,

Trazendo no guizo a tristeza, palavras...

Que por hora me calam, mas não me escravizam!

Abraçado a nostalgia,

Tudo reflete na brisa flutuando na seda

Sutilmente caindo sobre o ninho vazio,

De corpo e pele que acolhe, de gemido cantante,

Nunca sem esperança de orar!

Entregue de caneta em punho ao meu “eu”,

Sou levado por ondas e convexos espelhos

A um além, revelados por nuvens que se abrem

Ao beijo de alma, salvo aqui, dentro de mim,

Como se as estrelas derramassem-se em prantos,

Fazendo da alquimia semente...

Da flor... Juras sem solidão!

Por vezes do verso,

Sou o silêncio desenhando nas quatro pautas

O que desprende-se da lamparina,

Curando a penumbra, convertendo o breu,

Para que o amor se faça em toda forma,

Em toda cor, em todo coração!

22/06/2012

Porto Alegre - RS