Senhor
Senhor,
Afasta de mim
O cálice que me resta
Ao sonhar com o olhar
Do corvo quando se
Aproxima do final;
Afasta de mim
A desordem de quem
Sofre,
A visão sedenta
De sangue;
Afasta de mim
Este corpo
Inerte aos meus olhos
Soltos e lineares
Dos que chamam;
Afasta de mim
O sentir
E o saber
De quem corre
Com os degraus
Da vida;
Afasta de mim
Essa fome desesperada
Por ti e por todos
Os seus;
Ah, Senhor!
Afasta-me!