LAÇO E NÓ

Bicho do mato, sem uivos,

me regalo em busca de sol.

As horas separam o meu dia,

uma certa beleza fria.

A vida é um breve farol.

Aprendi que é forte o laço

mas nunca pode ser nó.

É severa a liberdade

quando a saudade arde

e o coração fica só.

Campeio o amor nesta estrada

farejo a presa a passar.

Abro a janela da noite,

espreito a chegada da sorte

para a manhã vicejar.

Bicho acuado, sem tino,

no cio ,sem direção

um par de asas quebradas.

No orgasmo da madrugada,

resíduos de solidão.

MARILIA ABDUANI

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 13/06/2012
Código do texto: T3721963