LAÇO E NÓ
Bicho do mato, sem uivos,
me regalo em busca de sol.
As horas separam o meu dia,
uma certa beleza fria.
A vida é um breve farol.
Aprendi que é forte o laço
mas nunca pode ser nó.
É severa a liberdade
quando a saudade arde
e o coração fica só.
Campeio o amor nesta estrada
farejo a presa a passar.
Abro a janela da noite,
espreito a chegada da sorte
para a manhã vicejar.
Bicho acuado, sem tino,
no cio ,sem direção
um par de asas quebradas.
No orgasmo da madrugada,
resíduos de solidão.
MARILIA ABDUANI