SOLIDÃO!...
Sou a gaivota triste!...
Perdida por entre a espuma
De ondas de ilusão...
Impiedosas, furiosas ondas!...
Arrebentam-se contra os penhascos
De uma vida sem amanha
Sem o consolo de um amor,
Revisto-me em lágrimas
Lágrimas entristecidas...
Lágrimas como gotas de cristal
Que serpenteiam em rios de dor
Juntando-se ao mar dos dissabores
Onde se afogam amores
Neste penar!...Perdida
Em minha própria desventura
Levo ao mundo o eco
De um gemido sofrido
Por um amor que se foi
Deixando em meus lábios
Um gosto amargo,
Veneno da incompreensão...
Nas tormentas do abandono
Restos de um naufrágio...
Nas profundezas de um coração
No compasso da desventura,
Na imensidão de um leito desfeito!...
Ondula a angústia, o desamor...
Sou a gaivota triste!...
Num eterno vôo solitário...
Rumo a escuridão de noites vazias,
Sem ninho!... Sem esperança...
Vitima de uma solidão eterna
A solidão que aprisiona em lembranças
Lembranças de ti!...
Do que foi o amor...
Santo André
SP-BR