Tablados de solidão
Caminhando por tijolos tortos,
jogando dados em tabuleiros inclinados,
espreitando frestas com buracos quadrados,
estamos mais uma vez aqui sentados sob nossos destinos...
.
Atirando dardos em alvos de poeira,
equilibrando bandejas de copos vazios,
girando em brinquedos de parques condenados,
estamos mais uma vez aqui esperando o bonde da vida...
.
Entortando cataventos na luz do luar,
pulando de pontes incompletas sob rios rasos,
fazendo laços de marinheiro em cadarços de all star,
estamos mais uma vez aqui lamentando as experiências furtadas...
.
Dialogando com tagarelas silenciosos,
correndo em pistas de areia movediça,
dançando em tablados de chumbo e cristal,
estamos mais uma vez aqui perdidos sem bússola à nos guiar...
.
Sofrendo a dor de uma perda irreparável,
culpando atos de covardia gritada aos sete ventos,
remendando espelhos em busca da sorte esfacelada,
estamos mais uma vez aqui patinando em busca de ressurreição...