Morte na Chuva
Pingos fortes representam o pulsar de meu coração...
As arvores me assustam, dançando com o vento,
Enquanto meu pulsar vai ficando cada vez mais fraco.
Se seu disser que estou com medo, minto.
Meu corpo se arrepia por estar cada vez mais frio,
E cada vez mais o fio da vida é descascado.
Na minha mente, fatos da minha existência se tornam reais,
E as coisas más vão sendo representadas pelas pálpebras dos meus olhos,
Que se fecham vagamente, cedendo ao ciclo vitalício.
Nunca vi sangue misturar-se com água desta forma...
É engraçado, ao menos já estarei limpo para a necropsia,
E estarei brincando até com a minha morte fatal.
Vejo luzes de sirene, ouço gritos, ouço vozes, ouço mil nãos,
Mas já é tarde, meus caros, já é tarde e o show não pode parar.
A vida é um teatro, um teatro que vive a cantar...
Um teatro que nasce cantando, ou tem seu projeto interrompido,
Que possui inúmeras alterações em sua peça.
Antes de partir, deixo-vos estas ultimas palavras:
O amor...
Ele é uma essência que está sempre se contradizendo,
Mas uma essência sem a qual o homem nem pode nascer.