Declaro-te amor, noite minha…
quantas segundos do relógio cabem no meu pouco sono...?
quantas palavras de amor deixo eu de dizer neste estúpido intervalo de tempo...?
não nasci para dormir e sonho sempre acordada.
os meus pesadelos, sim, espreitam-me o meu pouco sono.
não... não gosto de sentir sono...
de fato, rejeito-o até.
gosto mesmo do silêncio da noite onde posso "dar" vida e movimento a tudo.
e nada gosto do barulho do dia... das pessoas no mundo...
do dia, apenas as cores e a luz do sol.
e trago em mim uma espécie de prazer em ausentar-me do que não interesso-me.
e tão silenciosamente e rio-me de mim...
tenho uma facilidade imensa de ausentar-me
de assuntos e pessoas que gostam de arrancar o pouco bem que planto eu...
e tenho uma facilidade enorme de adentrar em cantos apenas meus.
cantos encantos,
cantos desencantos,
mas lido bem com todos eles...
o "deuses" e o "diabos" de mim.
minha dificuldade é a lida com o homem.
minha dificuldade é a de lidar comigo quando homem,
e quando apenas homem, estou.
Karla Mello
08 de Junho de 2012