BETANÇA, A OFERENDA COLÍRICA
Durval Carvalhal
Outrora,
Teu sorriso de anjo
Refletia a graça da Lua,
Quando lança,
Do colo azul do céu,
O eflúvio que equilibra,
Na Terra,
A balança das vicissitudes,
E embala,
Na cama da vida,
Os corpinhos lúbricos.
II
Dir-se-ia
Que era oferenda colírica
A cristianizar
A vocação atilana
Da semelhança divina.
III
Outrora,
Teu sorriso argênteo
Desmanchava em iodo,
A purificar a pereba do mundo,
Onde o soprar da Natureza
Era o reforço suavizante.
IV
Outrora,
Tua voz macia
Era doce música,
Invadindo ouvido adentro
A ninar mortais
Em imortal embevecimento,
Na perenidade
Que só a arte musical
Concebe aos espíritos.
V
Outrora,
Tu não tinhas, na face,
A languidez
Que hoje corrói
Aquela alegria,
Aquele teu sorriso
E a doçura da tua voz,
Transformando-te
Em fruto peco,
Na espera da queda letal.
VI
Tua voz,
Tua graça,
Teu sorriso,
Tua alegria,
Tudo isso sumiu.
VII
Agora,
Estás nua no palco da vida,
Sem nenhum
Daqueles adornos,
Que te tornavam princesa.
VIII
Estás perdida
Na própria pequenez
Do teu espaço limitado.
IX
E porque, menina,
Não te voltas no tempo,
Para te encontrares no outrora,
Graciosa como Diana,
Sorridente como o Sol,
A declamar com o poeta:
“Natureza! Eu voltei!
E eu sou o teu filho”?
Durval Carvalhal
Outrora,
Teu sorriso de anjo
Refletia a graça da Lua,
Quando lança,
Do colo azul do céu,
O eflúvio que equilibra,
Na Terra,
A balança das vicissitudes,
E embala,
Na cama da vida,
Os corpinhos lúbricos.
II
Dir-se-ia
Que era oferenda colírica
A cristianizar
A vocação atilana
Da semelhança divina.
III
Outrora,
Teu sorriso argênteo
Desmanchava em iodo,
A purificar a pereba do mundo,
Onde o soprar da Natureza
Era o reforço suavizante.
IV
Outrora,
Tua voz macia
Era doce música,
Invadindo ouvido adentro
A ninar mortais
Em imortal embevecimento,
Na perenidade
Que só a arte musical
Concebe aos espíritos.
V
Outrora,
Tu não tinhas, na face,
A languidez
Que hoje corrói
Aquela alegria,
Aquele teu sorriso
E a doçura da tua voz,
Transformando-te
Em fruto peco,
Na espera da queda letal.
VI
Tua voz,
Tua graça,
Teu sorriso,
Tua alegria,
Tudo isso sumiu.
VII
Agora,
Estás nua no palco da vida,
Sem nenhum
Daqueles adornos,
Que te tornavam princesa.
VIII
Estás perdida
Na própria pequenez
Do teu espaço limitado.
IX
E porque, menina,
Não te voltas no tempo,
Para te encontrares no outrora,
Graciosa como Diana,
Sorridente como o Sol,
A declamar com o poeta:
“Natureza! Eu voltei!
E eu sou o teu filho”?