...AINDA CAMINHO...

Os passos tornando-se mais e mais lentos

E o suor escorrendo frio.

Nas têmporas a dor latejante,

Na espinha se pronuncia o medo

E os passos tornando-se lentos

Cada vez mais lentos...

O que me dera? Que é isso que me acomete?

Pode saudade causar tal efeito

Ou será mesmo o medo da solidão?

À minha volta a paisagem outonal impera

Seca, fria, depressiva...

...E os passos tornando-se mais lentos

Cada vez mais lentos;

Lentos...

Paro e levanto a cabeça

Onde um céu cinza me cobre;

Saudades de casa...

Das palavras, leituras e conversas...

Volto a caminhar

Os passos ainda lentos...

Ainda não sei de onde vem o medo,

Esse mesmo que me escorre gélido a espinha

Que rareia o ar e dolore;

Alma antes tão ensolarada

Agora apenas caminhando

A lentos passos...

Onde fora parar toda a certeza

Do começo da caminhada?

Onde quero chegar?

Ainda há tempo de voltar?

Mas continuo andando

Em passos muito lentos...

Será medo do novo, do desafio

Ou apenas o medo de temer o broto?

Inda nascem sorrisos,

Embora nem tão efusivos

Enquanto os pés formam passos

Lentos passos em direção desconhecida...

Mas ainda caminho...

Ainda caminho...

Monique Freitas
Enviado por Monique Freitas em 05/02/2007
Reeditado em 05/10/2009
Código do texto: T370040
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