...AINDA CAMINHO...
Os passos tornando-se mais e mais lentos
E o suor escorrendo frio.
Nas têmporas a dor latejante,
Na espinha se pronuncia o medo
E os passos tornando-se lentos
Cada vez mais lentos...
O que me dera? Que é isso que me acomete?
Pode saudade causar tal efeito
Ou será mesmo o medo da solidão?
À minha volta a paisagem outonal impera
Seca, fria, depressiva...
...E os passos tornando-se mais lentos
Cada vez mais lentos;
Lentos...
Paro e levanto a cabeça
Onde um céu cinza me cobre;
Saudades de casa...
Das palavras, leituras e conversas...
Volto a caminhar
Os passos ainda lentos...
Ainda não sei de onde vem o medo,
Esse mesmo que me escorre gélido a espinha
Que rareia o ar e dolore;
Alma antes tão ensolarada
Agora apenas caminhando
A lentos passos...
Onde fora parar toda a certeza
Do começo da caminhada?
Onde quero chegar?
Ainda há tempo de voltar?
Mas continuo andando
Em passos muito lentos...
Será medo do novo, do desafio
Ou apenas o medo de temer o broto?
Inda nascem sorrisos,
Embora nem tão efusivos
Enquanto os pés formam passos
Lentos passos em direção desconhecida...
Mas ainda caminho...
Ainda caminho...