Novelos De Solidão
Vaga minha alma nas lentas madrugadas
Tece a tristeza do hoje com fios do ontem
Novelos de solidão, esperanças sufocadas
Passos desconexos na dolorosa estrada
Inúteis afagos pedem demorados abraços
Ácida solidão domina sem dó as entranhas
Artimanha do vazio desenhado no cansaço
Impingir na existência letargico mormaço
Irrelevante o facho de luz atrás da porta
Que ousado clareia as trevas da saudade
No vazio que teima aprofundar a nostalgia
Desnuda o cenário, alinhavos de melancolia
Encharcam a face largos rios de lágrimas
Oceano a transbordar a dor do abandono
Onde bóiam náufragos desejos incontidos
Sob a lua minguante dos amores perdidos.
(Ana Stoppa)