Prece da Solidão
O dia já se foi,
À noite caiu parda, sem estrelas,
O espetáculo é das nuvens
À mercê dos ventos, das luzes
Que se deitaram no horizonte beijando o mar!
Aqui diante desta folha vazia,
Vejo-me entre as letras sentindo
À flor da pele a magia da solidão
Trazendo em seus silêncios mais que uma palavra,
Mais que um desejo, traz a canção d’alma!
Pela janela, a fragrância da escuridão
Chega com a brisa, com a ternura do orvalho
Regando pétalas, folhas e o outono da comunhão,
Que Inventa em cada jardim uma face de candura,
Aguardando uma mão para colher a flor!
Em ébrios cativantes,
Sinto no peito o pulsar da dor,
Da nostalgia clarividente em cada verso
Aberto pelo coração, pela lágrima
Trazendo o amor, a melodia do Criador!
De olhos fechados tenho a voz da poesia,
Criando em cada avesso um novelo de oração!
Auber Fioravante Júnior
29/05/2012
Porto Alegre - RS