Solidão...

SOLIDÃO...

A solidão é como o vento que congela

O silêncio intenso de uma cela.

É a luz que não brilha

A escuridão que abraça

É o recife para a podre quilha

O olhar do homem que fracassa...

Solidão é não sentir o ar

Entrando pulmão adentro ao rezar.

É olhar um rosto que nada te diz

Uma boca que nada lhe fala

Mãos que negam tudo o que pedis

Um corpo inerte no vazio da sala...

Solidão é estar ao lado de alguém

Que te passa a certeza de que és ninguém.

No dia de aniversário não lhe ter recado

No fim do ano ver outras as quais

Não te acusam sequer de um pecado

Então é dormir e pedir outro dia jamais...

Solidão é o frêmito instante que dura

Eterno enquanto o insano diz que jura

É o fogo ardente e profundo da fogueira

Queimando nos olhos de quem começa a descrer

É a gota de lágrima que alimenta a torneira

Da desilusão que atormenta e nos leva a morrer...

Sandro La Luna