CELULOSE SURRADA (OU DE COMO MEUS FANTASMAS SÃO MEUS AMIGOS)
Mais um dia se passou
Mais uma noite chegou
E é no silencio que eu
Escuto todos os meus gritos
Ninguém consegue me ouvir
Estão todos a dormir
Menos eu e meus fantasmas
Envoltos em celulose surrada
Todos gritam, todos choram,
Mas apenas eu quem escuto
A cidade hiberna lá fora
E eu aqui preso em meus muros
Mas tão preso que fico livre
Como Fernão, estou a voar
Pra Trigo Forte, pra Platiplanto
Posso em Wonderland pousar
Meus fantasmas são meus amigos
Que nunca vão me abandonar
Um corvo bate em minha porta,
Vem Edgar, pode entrar
A bela flor já me espanca
Dorian vem me confortar
Eu vejo sangue de crianças
E as folhas mortas vão chegar