Pés lambuzados de solidão
olhares, rostos, caras,
lábios vermelhos,
olhares sedutores,
muitos rostos surgindo.
parecem implorarem todos
a minha entrada neste paraíso cibernético
recuo olhando, maravilhado,
uma a uma, todas, que coisa
mais ou menos da minha idade...
que coincidência deliberada...
no fundo um som estilo chillout
para sustentar o meu aflito espírito,
carente de poesias, de vida...
da ilusão escondida no sofrimento
que já sei, por experiência, ser poesia.
ela vem daí, pelo menos deseja
divertir-se com os meus sentimentos....
vem da melancolia... que droga,
quando estou melancólico e poetizando
pareço jovem, jovem mesmo,
como o meu filho adolescente...
mas esta joça tecnológica
onde escrevo a poesia,
permite-me ver o meu próprio rosto,
capturado pela câmera embutida,
E refletido de volta no monitor...
faço um inevitável muxoxo
pela aparência de velho...
são cinquenta, meu Deus!
"acuda o seu servo nesta profundeza
de lama que o prende no fundo
do poço da solidão"!
arranco um pé com força
e ouço o estalido da bolha de ar
da lama estourando...
ufa! agora vou tentar o outro
e cair na cama,
mesmo com os pés lambuzados
de solidão...
"a alegria vem pela manhã",
prometem os cristãos...
que venha, então, logo...
olhares, rostos, caras,
lábios vermelhos,
olhares sedutores,
muitos rostos surgindo.
parecem implorarem todos
a minha entrada neste paraíso cibernético
recuo olhando, maravilhado,
uma a uma, todas, que coisa
mais ou menos da minha idade...
que coincidência deliberada...
no fundo um som estilo chillout
para sustentar o meu aflito espírito,
carente de poesias, de vida...
da ilusão escondida no sofrimento
que já sei, por experiência, ser poesia.
ela vem daí, pelo menos deseja
divertir-se com os meus sentimentos....
vem da melancolia... que droga,
quando estou melancólico e poetizando
pareço jovem, jovem mesmo,
como o meu filho adolescente...
mas esta joça tecnológica
onde escrevo a poesia,
permite-me ver o meu próprio rosto,
capturado pela câmera embutida,
E refletido de volta no monitor...
faço um inevitável muxoxo
pela aparência de velho...
são cinquenta, meu Deus!
"acuda o seu servo nesta profundeza
de lama que o prende no fundo
do poço da solidão"!
arranco um pé com força
e ouço o estalido da bolha de ar
da lama estourando...
ufa! agora vou tentar o outro
e cair na cama,
mesmo com os pés lambuzados
de solidão...
"a alegria vem pela manhã",
prometem os cristãos...
que venha, então, logo...