Os Muros do Silêncio
 

Entre os momentos de tristeza
Entre as brumas do azedume
O mal dizer dos irmãos ingratos
Sei que tudo magoa tudo devasta
Desde as injustiças e os maus tratos
Os cruéis assassinos e os estupradores
Que devastam a infância da criança
Rasgam os sonhos da dita esperança
Transformam os dias em noites escuras
E nos olhos de uma bela criança, caem
Lágrimas a pico, lágrimas muito sofridas
Mergulhadas no silêncio, no abandono
Que o próprio silêncio chora compulsivo
Neste cruel muro de silêncio é preciso!
Ficar em silêncio, pois envergonha a alma
A nossa alma, que fica seriamente amordaçada
Pela impotência, medo e pela falta de coragem
Fomos nós que brotamos todos ao abandono  
Os nossos pais, avos e até as nossas crianças
Somos filhos do acaso, sem fé, sem objetivos
No lugar do nosso coração, colocamos blocos
Pesados, cheios de futilidades, de desamor
E neste meu pesado silêncio, eu respiro
Neste ar pesado, cheio de esquecimento
De quem somos de onde viemos e por que nós
Estamos aqui? De rosto pintado, mascarado
Rimos um riso falso, de que tudo está muito bem
Mas não está! Algo falta em todos nós, algo
Que deveria ser o ar que respiramos e que adoramos
O Deus do nosso coração, habitando-o sempre
Mas todos o encarceraram numa prisão maldita!
A prisão da nossa ignorância, do nosso ego cruel
Basta! Abram as portas do vosso coração, rápido!
Que toda a vossa alma se liberta revestida na alegria
Nestes nossos muros infinitos deste nosso silêncio...
 
 

Betimartins
Enviado por Betimartins em 26/05/2012
Código do texto: T3689284
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