INFIMAS LEMBRAÇAS.

Banhado em sonhos, suaves delírios, melodias lamurias permeiam-me o coração

Nas distâncias do infinito sob o cinza da cidade,

E mais delicado que a pétala, mais obstinado que a paixão,

Arranca minh'alma as garras afiadas da saudade!

Ah já sei do mar quebrando, uma-a-uma suas ondas no rochedo,

Do mar alto, da vazão, da vertigem na madrugada,

Dos olhos perdidos, tal qual amor não correspondido.

Dos males que a ciência não viu, sentiu minh'alma sangrada!

Deus! Que o meu imo desprenda-se! E que ganhe os céus!

E se o mar nem a noite de vinho daqui deportam-me para além,

O ritmo do vento lento no rosto, reage

Com memórias do passado longínquo que recordam

Ao garoto solitário, cansado, caçando libélulas em seus eternos pousar suaves.

Tomb
Enviado por Tomb em 25/05/2012
Código do texto: T3687378
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