INFIMAS LEMBRAÇAS.
Banhado em sonhos, suaves delírios, melodias lamurias permeiam-me o coração
Nas distâncias do infinito sob o cinza da cidade,
E mais delicado que a pétala, mais obstinado que a paixão,
Arranca minh'alma as garras afiadas da saudade!
Ah já sei do mar quebrando, uma-a-uma suas ondas no rochedo,
Do mar alto, da vazão, da vertigem na madrugada,
Dos olhos perdidos, tal qual amor não correspondido.
Dos males que a ciência não viu, sentiu minh'alma sangrada!
Deus! Que o meu imo desprenda-se! E que ganhe os céus!
E se o mar nem a noite de vinho daqui deportam-me para além,
O ritmo do vento lento no rosto, reage
Com memórias do passado longínquo que recordam
Ao garoto solitário, cansado, caçando libélulas em seus eternos pousar suaves.