SOMBRAS
As noites a mim declaram
Silenciosos porões
Sob passos ocultos passarem
Por uma vaga lembrança terna
Ao som do dia lesado
Gravado no futuro da mente
Sobre réplicas de um eco solto
Sondando um sótão demente
Onde tornam a se repetir
Frustradas calamidades
Nas solidões angustiosas
Dum corpo em carne a se reprimir
A vida ilustra um tempo
De rodeios a clarear
As luzes escuras de duas migalhas
Entristecidas a declamar
Sonhos, sonetos... prosas e poesias!
Autor: Valter Pio dos Santos
17/Mar/1996