AS VOZES QUE SOMEM

As vozes sumiram

Já não as escuto

A última luz se apagou

Ouço, desconfortável, minha respiração

Nada mais restou

Agora sei que sou apenas eu

E esta escuridão de existir

Volto ao passado e tento encilhar a memória

Para descobrir aonde tudo começou

A se desmoronar dento de mim

O passado, todavia, não é um livro

São folhas soltas do projeto de desconstrução de cada um de nós

Pior é que dentro de mim uiva um velho cão,

Tão dolorosamente...

Um pobre um coiote que se perdeu da matilha

O som que emite, todavia é pra dentro, só eu escuto

Em minha mente insana...

Perguntas vem no redemoinho e tão desordenadas

Porque não germinaram todas aquelas sementes?

Aonde foram parar os anjos da minha infância?

Porque a força devastadora de minha juventude nada construiu?

Porque emoções nada esculpiram na minha alma?

Porque não aprisionei toda doçura que vinha de você?

Porque fiquei tão sozinho neste mundo imenso?

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 03/02/2007
Reeditado em 05/04/2014
Código do texto: T367900
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