Onde mora o esquecimento

Quando se despertou não lembrava de nada da noite anterior

Demasiadas cervejas, disse ao ver minha cabeça ,

ao lado da sua no travesseiro.

E a beijei outra vez, mas já não era ontem e sim amanhã.

E um insolente sol , como um ladrão entrou pela janela.

O dia que chegou, tinha olheiras roxas e barro nos sapatos

Desnudos, mas estranhos, nos viu , quebrado o engano

Da noite a crua luz da alva.

Era hora de fugir e se foi, sem dizer: liga-me um dia.

Pelo balcão a vi perder-se no movimento da avenida.

E a vida seguiu como seguem as coisas que não tem muito sentido,

Uma vez me contou, um amigo comum, que a viu,

Onde mora o esquecimento.

A pupila arquivou, um semáforo vermelho,

Uma mochila e um pegeot e aqueles olhos míopes.

E o sangue a galope por minhas veias e uma nuvem de areia

Dentro do coração e este racha de amor sem apetite.

Os beijos que perdi, por não saber dizer: Te necessito.

Joaquin
Enviado por Joaquin em 18/05/2012
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