Barbi Superestar

Tinha os pés diminutos e os olhos, cor verde marihuana.

Aos catorze foi rainha do instituto, no ano que repeti.

As da oitava e primeiro disseram: Outra que se descamba!

Quando no youtube, a viram fazendo streap-tease.

Em suas quimeiras de porcelanarosa conquistava a Al Pacino,

Os do bairro não éramos grande coisa para “vois mice”

Se a garotinha de Mariquinha Peres, tivesse um bom padrinho,

Os produtores, que entendem de mulheres, lhe dariam um bom papel.

Mamilos de cereja, língua de caramelo, coração de bromuro,

Super vedete, puta de luxo, modelo, estrela de novelão.

Havia futuro, nas pupilas famintas dos homens maduros,

Apaixonar-se um pouco mais da conta, era um mal investimento.

Debuto de fulana de tal em um vil melodrama,

Com seus vinte minutos de fama retirou a sua mãe,

O roteiro lhe exigia, cada vez, mais cenas de cama.

Todavia, pelo bairro, a chamam: Barbi Superestar.

A noite antes da noite de bodas jogou a toalha,

O noivo, com frac passado de moda, enviuvou diante do altar,

Enquanto, Barbi, levitava, na Harley de um Bad Boy de praia,

Que, entre o tarot, corto maltés e Bob Marley, lhe propôs abortar.

Ao inferno se vai por atalhos, seringas e receitas.

Ontem, parecendo um espantalho, me disse, no balcão de um bar:

Onde esta a canção, que, me fizestes quando era poeta?

Terminava tão triste que nunca pude começar.

Por estes lábios, com sabor de bitucas, de pensões imundas,

Haveria matado eu, que, quando morro, já não é por amor.

Comentava-se, nos bilhares, que: a Barbi foi rebaixada a segunda.

Pela M-30, derrapava o cavalo da desilusão.

Debuto de fulana de tal em um vil melodrama,

Com seus vinte minutos de fama retirou a sua mãe,

O roteiro lhe exigia, cada vez mais cenas de cama,

Pelo bairro, já ninguém a chama de: Barbi Superestar.

Joaquin
Enviado por Joaquin em 12/05/2012
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