Impregnar te!...
Cruzei sozinho a noite
fria, sobre a ponte!...
Distante de ti, mais uma
vez, a agonia suportei!...
Calado sofri, no gelado
intratável que desconsola!...
— Oh, vida!... — Por que me
assolas neste oco vazio?
— Quantas noites de negrume
ainda me restam? — Perdi meu
lume, e só resisto à tua luz;
– fada madrinha! ...
Meu vaga-lume; elucidado!...
Quisera eu, ser o seu perfume;
perfumado, de agradável emanação!...
E inteirinha impregnar te!...
(Airton Ventania)