Eu...

Eu sou um galho torto que vivo,

Entre os espinhos da selva a esbater;

Se um vento me sobe, fico a me entreter

Quando passa, não resisto, sobrevivo

Não sei como, dentro do amanhecer.

Canto a minha e tão fatigada dor,

Se sinto tanto, a gratidão de um amor

É apenas dor só, devia eu entender...

Antes, medito na fragilidade do ego,

E sou porque o sangue me jorra na fronte,

Suga-me a alma, a impureza deste monte

E por toda tua essência vã, me apego!

Mas sou do silêncio das noites sombrias,

Dos cânticos entoados, que vêem do Norte,

Eu não tenho amor, nem tenho sorte

Tenho a solidão, esta pantera de faces frias!...

08 de maio de 2012

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 08/05/2012
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