Exílio voluntário

Há uma voz em minha mente sussurrando,

questionando meu vagar por esse deserto,

clamando para que minha sanidade me leve para casa,

que esqueça a dor que conduziu meus pés,

que perdoe as mágoas que queimam minha alma,

que lute contra a solidão que fez de mim um fantasma,

mas quando cai a noite e a lua some, só há lágrimas,

as lembranças se dispersam na minha escuridão,

os uivos dos coiotes suplantam meus ruídos internos,

então por favor, deixe-me seguir com meu exílio...

.

Há preces sendo feitas em algum lugar,

velas no adro de uma igreja cuja fé move redenções,

um crucifixo com um significado maior,

um silêncio respeitoso de lugar sagrado...

.

Há um sentimento em meu coração tocando um sino,

confrontando minhas opções pelo isolamento,

impelindo minha humanidade à voltar para a sociedade,

para o esquecimento das dores que causei,

para o perdão das mágoas que criei com tolas ações,

para vencer o combate da estranheza que me invadiu,

mas quando surgem os raios de sol no horizonte, tudo se esvai,

meus olhos se ferem na iluminação de quem eu sou no espelho,

os cantos gregorianos alertam a presença do perigo,

então por favor, deixe-me ser essa ilha no meio do oceano....