CONSUMIÇÃO

Meus olhos

mal percebem a luz do dia

nem o sol radiante

ao meu redor,

nem passáros que gorgeiam

no arvoredo.

As modas de viola no rádio

se calaram

a saudade virou dona

a solidão a companheira

a alegria passado.

É inutil a esperança

que aguarda teu retorno...

me arrasto dia e noite

me afogo em fantasias

o esquecimento provém

porém não consigo ,

minha vida empregnou de você.

no canto da varanda

as traias de acampamento

a bicicleta pendurada na parede

a botina largada ainda suja

da ultimo passeio.

Teu sorriso gostoso

sobre o móvel da sala

lembra um dia de festa,

o crucifixo balouça

no retrovisor

e teus olhos brilham lá

onde não posso ver

porque lágrimas me cegam.

na ilusão de preservar este amor

tão profundamente vivido

não sei se vivo ou morro.

15 de abril de 2012

Raquel Leite

Raquel Teixeira Leite
Enviado por Raquel Teixeira Leite em 16/04/2012
Reeditado em 24/02/2013
Código do texto: T3615490
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