MORTE ETÉREA
Diga tempo,
A tudo perdoas
A todos salva
Fale-me já:
Terei perdido eu a faculdade de amar?
Becos escuros
Estéreo e frio
No caminho polido,
Para sempre andarei
Sem flores solitário
Diga tempo
Ainda hei de amar?
O amor, puro contento
O mancebo e seu sofrimento
Por onde hei de andar?
Talvez já morto
Insensível e sortudo
Me diga oh tempo:
Andarei no cemitério
Amarei só as flores
Obterei tua resposta
Terei a paz eterna
Não sentirei mais dores.