Lágrimas em desatino

Há na noite um cheiro de vinho derramado no ar,

um vento que sopra um lamento de solidão,

estrelas apagadas noite afora nesse caminho sem volta,

alguns dizem que não é o fim, é apenas um intermezzo...

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Qual o presságio desse tempo sem fim?

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Há nos passos um silêncio maldito de quem se esconde,

uma lua nublada pelo torpor da escuridão,

lágrimas que rolam em desatino por um rosto falso,

alguns dizem para dar meia volta e tentar novamente...

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Qual a mandala desse destino apagado?

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Há nos sonhos de um insone flashes de pesadelos ritmados,

um grito na mudez de um quarto trancado à sete chaves,

lençóis que amarram pulsos e tornozelos como prisões da alma,

alguns dizem que o esquecimento é o domínio da insanidade...

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Quais runas revelarão meu futuro nesse passado que me encarcera?