Encruzilhadas


Amarras que te prendem, imobilizam.
Amordaças que sufocam, calam.
Palavras não ditas, desditas, malditas.
Gestos não feitos, sem efeitos.
Distancias e silêncios, lamentos.
Sentimentos represados, guardados.
Prisões, grilhões, dor sem fim.
Vidas que se perdem desperdiçadas, estilhaçadas.
Medos, pavores, horrores... Solidão.
Madrugadas escuras e vazias.
Dias inúteis tardes de tempestades.
Buscas, lamentos, arrependimentos.
Ruas, encruzilhadas, esquinas, trilhas.
Gritos, gemidos, loucura... Você.
Perguntas sem respostas, palavras vazias.
Confusas relações, ilações, retaliações.
Dores de amores, temores.
Vazio infinito, buraco dentro de si.
O si do ser que não mais é.
É apenas um espectro do que foi.
Foi ou apenas pensa ter sido.
Ser que atormentado segue só.
É só um ser sem direção.
Direção que quando toma não é.
É só uma ilusão, uma quimera sem razão.
Certezas que em vão se vão.
Vão para não mais voltar.
Melhor deixar pra lá.




Paulo Siqueira Souza
Enviado por Paulo Siqueira Souza em 04/04/2012
Reeditado em 24/10/2012
Código do texto: T3594425
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