DESAPEGO

DESAPEGO

São tantos bichos, coisas, gente.

Que cruzam o meu caminho

Querendo significância

Sem imaginar que sentimento

Como, carinho amor, afeto.

Perdi desde a minha infância.

Tudo o que vem a mim

Simplesmente faço uso

Com o máximo proveito

Mas se exiges sentimento

Fecho-me dentro de mim

Pois apegar-me não aceito.

Sempre fui um cara amável

Mui bondoso e caridoso

Carinhoso e solidário

No entanto este mundo

Irônico e traiçoeiro

Tratou-me como um mero otário.

Por isso hoje o desdenho

Nada mais me prenderá

Com tranca, corrente ou emoção.

Pois tudo de nobre que havia

Foi incinerado, enxotado,

De dentro do meu coração.

As coisas que eram minhas

Que me mantinham entretido

Tirando a minha atenção

Mandei pra um lugar bem longe

Onde não mais me iludem

A bordo de um caminhão.

Os bichos que eu estimava

Que me acompanhavam a tanto

Uns doei outros matei

Não quero em minha vida empecilhos

Que tire a minha liberdade

De ir para onde não sei.

Pessoas como mãe, avós,

Irmãos e outros tantos parentes

Também estão deixados de lado

Tais quais ex-mulher e filhos

Que se afastaram de mim

Deixando me desolado.

Mas tudo superarei,

Eu renascerei das cinzas

Pois Deus me exaltará

Desapego-me de tudo

E de todos que me impedem

De a minha vitória alcançar.

Allan Johnny
Enviado por Allan Johnny em 03/04/2012
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